domingo, 13 de maio de 2012

...é preciso cultivar dúvidas...

Somos seres curiosos por natureza. Sempre que algo ocorre sentimos a necessidade de buscar explicações, motivos, justificativas, etc. A necessidade de explicação, sem dúvida, nasce conosco e nos impulsiona a determinadas atitudes, por vezes, instintivas. Desde criança queremos saber os "porquês" de todas as coisas que nos rodeiam. A busca pelo aprendizado do mundo pede isso e, nesse caminho, acabamos conseguindo um grande arcabouço de conhecimentos. Entretanto, é fácil percebermos que quase toda criança na ânsia de descobrir, acaba por se machucar. É o preço da descoberta.

Quando uma panela com água fervente emana aquela nuvem misteriosa, por exemplo, o pequeno ser se sente provocado a descobrir as causas daquilo. Na necessidade de sanar a dúvida, a criança encontra a dor e mesmo assim ainda permanece sem saber as causas do que motivou sua curiosidade. Será que estamos lidando com nossa curiosidade da mesma forma que uma criança?! Às vezes a dúvida é necessária e saudável. Nem sempre conseguiremos entender tudo e, em diversos casos, iremos nos desgastar por nada, uma vez que as causas continuarão inexplicadas e somente a dor será nossa lembrança.


Procurar saber de tudo é inútil. Não possuímos a capacidade de digerir as abundantes informações que nos acercam e o diversos problemas que nos surgem no cotidiano. Deveríamos então procurar mais problemas através da curiosidade?! Definitivamente não seria a melhor escolha. Isto não quer dizer, porém, que devemos deixar de nos perguntar, de refletir, de raciocinar...tampouco refere-se à curiosidade científica que visa a melhoria da nossa qualidade de vida nas diversas áreas do conhecimento. A curiosidade que deve ser evitada é a que beira a futilidade e as relações que dizem respeito à vida alheia.

Cada ser enfrenta situações muito peculiares no curso de uma vida. Muita das vezes, uma situação semelhante que acomete pessoas diferentes pode ser traçada com cores totalmente distintas. As vidas são singulares e não carregam padrões sistêmicos. Desta forma, a curiosidade acerca destas questões pessoais se torna absolutamente inútil, já que os acontecimentos são individuais e não se enquadram em moldes comportamentais. Ou seja, não se aprende com a curiosidade acerca da vida dos outros.

Isso não quer dizer, entretanto, que não devemos ajudar àqueles que denotam sinais de necessidade de auxílio. A caridade neste sentido é sempre bem-vinda. A simples questão que deve ser lembrada é que a caridade não pede explicações ou carece de curiosidades. Ela se dá por si só de maneira descompromissada e se estende à qualquer ação para com nosso próximo sem o interesse de receber qualquer recíproca.

Controlemos sempre nossas interrogações superficiais pois "quem muito interroga, muito fere".

2 comentários:

  1. porque vc escreveu desta forma??? eis a minha curiosidade.......

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  2. Meu querido amigo Eduardo.
    Suas linhas são muito apropriadas para o nosso momento, em que devemos olhar mais para dentro de nós, numa busca por melhorias íntimas, seguindo as orientações de nossa querida Joanna de Angelis, colocando á margem as indagações ao alheio sem funadmentações edificantes.
    Assim teremos mais tempo para nos aprimorar-mos e partirmos para uma ajuda mais eficaz aos nossos companheiros de jornada, mais compreensivos e sem a nossa "capa de juízes".
    Um abração amigão!

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