segunda-feira, 27 de agosto de 2012

...é preciso ter o espírito mais forte que o corpo.

A luta entre espírito e corpo já se arrasta há muito tempo em nossa cultura cotidiana. Não é de hoje que se fala que "a carne é fraca". Muita das vezes essa é a justificativa plausível para explicar aquilo que a razão e o bom-senso não permitem. O referido termo popular esconde uma verdade que nos remete à necessidade  constante de ter a mente mais forte e focada que o corpo, em geral, movido por um mero impulso.

Tentações nos colocam à prova a todo momento em qualquer lugar. Sejam elas de quaisquer tipos, nos motivam sempre a uma escolha difícil entre dois comandos que coexistem: corpo e espírito. É comum que o corpo ganhe, uma vez que os impulsos que satisfazem a este enganam o espírito sobre uma possível recompensa ou penitência futura. Da mesma maneira o espírito fraqueja em pensar que a satisfação do corpo serve de recompensa diante de qualquer privação anterior.




Definitivamente, a situação deve e pode ser invertida. O corpo é ligado ao espírito, porém este último é o responsável pela tomada de decisões e também é o que paga a conta em conjunto com o desgaste do corpo. Facilidade não existe nessa tomada de postura em favor do fortalecimento do comando mental, porém, assim como o corpo se fortalece com exercícios, o espírito se fortalece com ensinamentos e persistência.

A prevalência do espírito frente ao corpo não se remete exclusivamente a fatores ligados ao sexo e consumo de drogas, mas também a questões cotidianas que podem trazer consequências igualmente ruins como, por exemplo, o simples ato de fofocar. Neste exemplo pequeno, o corpo clama pela comunicação, enquanto a mente DEVE perseverar em manter o assunto calado. Quando o corpo vence, uma avalanche se inicia sem controle; por sua vez, quando o espírito se mantém firme em sua posição de calar o corpo, inúmeros problemas são evitados instantaneamente.

A questão não é simples tampouco de solução imediata. A fortificação do espírito frente ao corpo se dá mediante uma "malhação" ética pautada em um princípio fundamental: "Amar ao próximo como a si mesmo". Amando ao próximo na mesma extensão que nos amamos, comandamos nosso corpo para nos fazer bem e fazer bem aos outros.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

...é preciso vibrar positivamente.

Coisas erradas e inesperadas fazem parte da vida de todo mundo. De vez em quando nos deparamos com aquelas situações que nos desagradam e acabam por jogar nosso humor por terra. Não raro xingamentos, atitudes violentas e sentimentos de derrota assumem o controle de nossa mente, fazendo com que nos tornemos um pequeno gerador de vibrações pedadas e deletérias.

Ficar feliz com coisas que vão contra nossos interesses e planos é realmente difícil. Alguma forma de escape deve haver para nossa frustração, lógico. A saída, pois, está em moldar a nossa frustração para que ela nos faça o menor mal possível e também para que não contaminemos o ambiente em que nos encontramos. Isto deve ser encorajado já que é fato que os pensamentos e as atitudes contribuem para a complexa sistemática do "clima" do ambiente. Muitas vezes captamos a vibração de um determinado lugar sem sequer trocar uma palavra com as pessoas do recinto. Percebemos se o ambiente está "leve" ou "pesado" no ar.


Nesse sentido, vibrar positivamente é uma excepcional estratégia para a melhoria de tudo aquilo que nos circunda e até mesmo de nossa saúde. Palavras agradáveis, sorrisos, esperança no olhar...tudo isso atrai pessoas afins. O resultado é uma soma de bons pensamentos que resulta num microambiente ameno e propício à busca de soluções.

Logo, se o ambiente fica agradável, as soluções se tornam acessíveis e os problemas ficam com os dias contados. Permanecer em uma faixa vibratória negativa é o mesmo que se agarrar apaixonadamente ao problema: só se pensa nele, lamenta-se por ele e nada se faz em busca de uma solução. Positividade gera positividade que proporciona produtividade, amizade, caridade e cumplicidade.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

...é preciso pensar sobre a vida - Aborto

Afinal, quando a vida começa?! É muita filosofia e conceito ético para uma pergunta só. Embora pareça complexo e destinado somente a discussões acadêmicas, esse questionamento pode ser frequentemente ouvido em qualquer discussão acerca do aborto. Os defensores dessa prática alegam que a vida só se inicia após a retirada do feto do interior do corpo da mãe, ou seja, após o parto. Aqueles que não enxergam com bons olhos a prática da interrupção da gravidez, entretanto, consideram que a vida se inicia no exato momento da fecundação; motivo pelo qual enxergam no aborto um assassinato em última análise.

O debate ético é forte e as opiniões são extremamente plurais. Entretanto, as análises são feitas, geralmente, a uma certa distância da realidade e das consequências da interrupção da gravidez. Resumindo, sobram teorias e faltam avaliações pontuais de casos capazes de levantar novos questionamentos. Atualmente muitos defendem o aborto em situações extraordinárias. No Brasil, o aborto é legal em casos de gravidez oriunda de estupro, preservação da integridade física da mãe e para fetos anencéfalos. Como se pode perceber a discussão é delicada e permite uma série de interpretações e opiniões.


Visando justamente suscitar a discussão e a reflexão sobre o tema, situações particulares devem ser consideradas visando elevar nossa capacidade de discernir sobre o melhor a ser feito em cada situação. Para ilustrar, trago um caso clínico europeu. Em alguns países deste continente, o aborto é legalizado para fetos que possuem comprovada má formação. No caso em questão, um feto de poucas semanas de gestação apresentando um quadro de Hidrocefalia associado à Síndrome de Down foi submetido ao processo abortivo legalizado. O procedimento para fetos com mais de 24 semanas de gestação inclui primariamente uma injeção (para paralisar as atividades vitais do organismo em formação) seguida da indução do parto por meio de drogas apropriadas. No entanto, no caso em questão, por se tratar de um feto com pouco menos de 24 semanas de vida intra-uterina, o parto é induzido diretamente, uma vez que o recém-nascido já nasce sem sinais vitais devido à prematuridade.

Até aqui a história segue uma linha extremamente lógica, de acordo com a legislação vigente e com os conhecimento da medicina. Todavia, ninguém poderia imaginar que um feto com menos de 24 semanas de gestação poderia nascer vivo e permanecer com vida por mais de 12 horas. A equipe do hospital ficou assustada com o acontecimento que contrariou todos os prognósticos para um bebê que não possuía nem as fendas oculares formadas. O que poderia ser feito numa situação dessas quando se espera que não haja vida após a indução do parto? Uma situação embaraçosa e agoniante que serve como um ponto de análise e reflexão sobre todos nossas opiniões relativas ao aborto. Afinal, quando a vida começa?

O aborto necessita ser amplamente pensado e refletido pois interfere no mecanismo de geração da vida. As situações de aborto que se sucedem em todo o mundo na verdade escondem a mesma cena de subtração da vida de um bebê apresentada no caso relatado acima. Não nos cabe julgar quem opta por essa prática, pois não sabemos os motivos que levam a pessoa a esta atitude extrema. Porém, é nossa obrigação refletir sobre a interferência que tentamos exercer sobre o direito à vida que existe desde o primeiro instante da fecundação.


quarta-feira, 27 de junho de 2012

...é preciso aprender com as limitações.

Vamos combinar, somos péssimos em matéria de satisfação. Nada está bom em tempo algum. Por menor que seja, existe sempre alguma reclamação em nossas conversas. Não conseguimos nos sentir plenos. Um exemplo que deixa isso bem claro no nosso cotidiano são as variações climáticas. Quando chove, reclamamos. Quando faz sol e calor, reclamamos. Quando esfria, reclamamos... No fim das contas gastamos mais tempo reclamando do que aproveitando e reflexionando aquilo de bom que estas variações podem nos trazer no dia-a-dia. Afinal, sem chuva, sol, vento, frio...a vida seria meio complicada.

Reclamadores profissionais, colocamo-nos no papel de senhores da razão. Sentimo-nos capazes de julgar e opinar sobre toda e qualquer situação sempre com o falso ar de donos de si. Mínimas atitudes se transformam em motivo para explosões de insatisfação e enfado. Falta-nos a capacidade de assimilar que as únicas coisas que se regem pelo nosso controle são nosso pensamentos e atitudes. O resto são variáveis. Quando nos perdemos tentando manter todas elas sobre controle, acabamos por complicar a matemática simples da felicidade. E o pior que isso só se faz notar quando algumas variáveis deixam de ser variáveis e se excluem. Daí sentimos falta de nos aborrecer com aquilo que nos aborrecia.



Analisemos, então: se perdemos nosso tempo maldizendo coisas tão corriqueiras, como reagiríamos diante de situações capazes de nos marcar profundamente e alterar nossos caminhos na marra? Resumindo a ideia dessa pergunta: E se tivéssemos que aprender com limitações? Como reagiríamos? A princípio dois caminhos são possíveis; a revolta e a resignação. Geralmente os caminhos se tomam nessa ordem mesmo. Primeiro a explosão diante da novidade restritiva. Depois a aceitação, buscando novos caminhos.

Para ilustrar, imagine uma pessoa que orgulha-se de seu porte atlético. Exibe-se e alimenta-se de elogios e flertes como qualquer um. Como todo ser reclamante, tem seus atritos e reclama de situações da vida, como por exemplo, a impossibilidade de sair de casa por uma mera pancada de chuva. De uma hora para outra, essa pessoa se vê deitada em uma cama, imóvel, sofrendo com dores por todo o corpo, sem a possibilidade de se movimentar. O que seriam a chuva, os atritos, as reclamações diante de uma situação dessa envergadura? Nada. Nesses casos, a maior felicidade seria poder virar-se sozinho no leito e enxergar o rosto dos companheiros, uma vez que a visão já não se faz mais companheira.

Sempre que pudermos, enfrentemos os pequenos obstáculos do cotidiano. Eles não representam nem uma isca do que uma real limitação pode representar. Quando estivermos vacilantes, reclamando de bobagens, pensemos que o caso relatado no parágrafo anterior desse texto foi realmente verídico. E mesmo com todas as limitações, Jerônimo Mendonça viajava o país todo dando palestras, auxiliava na direção de uma instituição de caridade e, na impossibilidade de sair de porta em porta pedindo auxílios para os carentes assistidos, ligava do seu leito para diversas pessoas pedindo o auxílio que conviesse. O codinome "Gigante deitado" não lhe foi dado por acaso. 

domingo, 17 de junho de 2012

...é preciso ouvir.

Falamos muito. Eis um grande vício de muitos de nós. Nos expressamos muito mais do que deveríamos em determinadas situações. Falamos com gestos que exprimem nossa insatisfação e com palavras que se colocam de maneira inadequada a determinado contexto. Logicamente, todos estamos sujeitos a deslizes desse tipo, mas nem por isso devemos encará-los como normais. Identificado o problema, por que não consertar?!

Policiar-se é um bom primeiro passo. Nesse sentido, a melhor opção é dar preferência à audição que à fala. A ideia aqui é muito simples: Quanto menor a exposição, menor a chance do erro. Além de permitir que erremos menos, essa filosofia do "ouvir" permite que aprendamos mais e reflitamos antes de qualquer expressão mal colocada. Enquanto processamos as informações que chegam a nós pela audição, nos perdemos em inúmeros pensamentos que podem esclarecer diversas questões em nossa mente antes que o dardo da palavra mal colocada possa ser lançado.



Todavia a ideia do "ouvir" aqui expressa não se limita ao sentido puro e simples. Ouvir pode ser muito mais do que a simples assimilação de sons; ouvir refere-se ao saber escutar uma ideia, crítica ou comentário de outrem sem melindre ou desinteresse. As palavras de nossos interlocutores podem, claro, às vezes conter  um pouco de veneno devido à inveja, ciúmes ou qualquer outro sentimento pequeno e degradante dessa estirpe. No entanto, muitas das vezes uma crítica consciente ou um puxão de orelhas necessário são endereçados a nossos ouvidos com a melhor das intenções e encontram barreiras criadas por nossa indesejada audição seletiva. Neste sentido, muitas pessoas com problemas auditivos podem saber ouvir muito melhor que outras com ouvidos em perfeitas condições físicas.

Nada melhor para nosso desenvolvimento e crescimento como pessoa do que aprender com os erros e ter humildade para reconhecê-los mesmo quando apontados por outrem. Somos seres que erram e dependem dos erros para o aprendizado. Sendo assim, ouvir mais com o crivo da razão e falar menos, configuram-se como chave para uma vida mais tranquila e honesta consigo mesmo e com os outros.

terça-feira, 5 de junho de 2012

...é preciso raciocinar a fé.

Acreditar é muito simples. Basta um objeto de crença e um conjunto de ideias e vivências que nos conecte a esse objeto de maneira coesa. Esse conceito é o mais simplório que se pode desenvolver sobre a fé. Por isso mesmo, talvez, seja o conceito mais aplicado. As pessoas creem. Pronto. Não existe um raciocínio sobre a crença. A fé surge como uma relação mágica entre o crente e seu objeto de culto.

Existem situações diversas, no entanto, em que somos chamados a testar nossa fé. Via de regra, quando cremos por crer, nos vemos perdidos em situações difíceis. A esperada calmaria que muitas pessoas buscam ao crer em algo contrasta muito com os problemas enfrentados no auge da crença. Dessa forma, o crente que não raciocina sua fé se torna uma pessoa de fé vacilante, um fanático. Quando as coisas ocorrem de acordo com sua vontade, a fé vive no auge e lhe permite tudo. Todavia, quando problemas surgem, o desespero arrebata todo e qualquer estrutura de fé; estrutura esta moldada sem o cimento forte da razão.


Em qualquer campo de nossas vidas (religioso, científico, pessoal, ...) existem aspectos que nos pedem a crença. Por isso tamanha é a importância de se pensar em como crer. Não devemos abandonar pressupostos diante de dificuldades. A busca pelo entendimento sim deve ser elevada, moldando os conceitos que nos levam a crer em algo. Fé não é sinônimo de "atração de bons acontecimentos" ou de "fuga de decepções". Fé pressupõe entendimento e razão como base para o nosso complemento interior.

Nesta última semana, um dos maiores exemplos de fé raciocinada e equilibrada que eu conheci, partiu para uma nova jornada. O Sr. Francisco de Assis, mesmo encontrando-se em fase terminal no leito de um hospital, ensinou a todos que o acompanharam nos últimos meses o que é ter fé. As dores incomodavam mesmo com a administração de morfina. Diante desse quadro porém, ele mantinha seu discurso de crença em uma recuperação breve. Diante das maiores dificuldades de um canceroso, ele manteve-se firme e agradecido a Deus por tudo que lhe ocorria. Um homem de fé exemplar.

Devemos crer. Mas crer de acordo com o crivo de nossa razão. Nossa fé deve ser um castelo construído com  fortes bases para que não seja derrubado diante de qualquer ameaça. A estrutura pode até se abalar, mas o cimento da razão não permite um desabamento completo.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

...é preciso digerir o orgulho...

Orgulho. Todos temos um pouco e fazemos questão de mostrar de todos os modos. Ao menor sinal de insatisfação, descontentamento, desacordo...apresentamos nosso orgulho ferido. Às vezes em uma frase maldosa, outras em um olhar de repúdio, ou até mesmo em um silêncio que implora por ser notado como sinal de insatisfação. Todas estas são maneiras corriqueiras de mostrarmos como somos orgulhosos e melindrosos. E mais. Mostramos como estamos despreparados para apontar nossos próprios erros.

De vez em quando ouvimos falar sobre a necessidade constante de "engolirmos" nosso orgulho. Essa frase é batida e faz sentido. Porém, há um ponto equivocado na mesma. O ato de engolir envolve a admissão de algo sem a deglutição necessária para a boa digestão. Este conceito, além de ajudar na boa saúde do nosso corpo, nos ajuda a perceber que o importante não é engolir o orgulho. Na verdade, o relevante é digerí-lo.

Digerir o orgulho, tal qual o alimento, demanda tempo. Atropelar o orgulho não nos acrescenta em nada, uma vez que o ato se torna impulsivo. O interessante, na verdade, é educar-se para digerir o orgulho sempre que possível. Ao passo que nos treinamos nesse propósito a digestão se torna mais eficaz e rápida e logo aprendemos a assimilar os nutrientes derivados da "catálise" do orgulho.


Não creiamos, porém, que nos tornaremos pessoas acima do bem e do mal, poços de benevolência e abnegação. As mudanças para serem eficazes, não devem ser radicais; elas devem ser graduais. Aos poucos devemos passar a enxergar situações do dia-a-dia com uma visão mais ampla do que aquela que contempla qualquer atitude como um ataque ao nosso ego. Com isso, passaremos a encarar uma ofensa como algo menos severo à nossa intimidade; uma crítica como algo positivo visando o crescimento; um desacordo como um acontecimento natural entre pessoas que defendem pontos de vista diferentes; e só.

Enxergando dessa maneira, perceberemos que em muitas oportunidades nos condoemos por muito pouco. Analisando, pois, a situação após a digestão devida do orgulho, veremos que podemos estar realmente equivocados em alguns pontos. Da mesma forma, podemos começar a perceber que nossos companheiros de vida podem também estar se equivocando utilizando cores muito fortes para pintar um quadro que se desenharia muito melhor em preto e branco. Mas nesse mérito, não nos cabe julgar.

Corrigir-se no orgulho excessivo é o primeiro passo para se levar uma vida livre das amarras que nós mesmos criamos utilizando-nos das palavras de outrem. 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

...é preciso calar...

Somos seres comunicantes. Vivemos às voltas com meios e maneiras de expressar nossos sentimentos, ideias, compromissos, opiniões...enfim, tudo aquilo que se passa em nosso interior. Nossa necessidade maior é a de exteriorizar, seja como for, aquilo que só nós conhecemos. Carregamos conosco inúmeras informações e, quase todas seriam contadas aos quatro ventos, caso isso nos fosse possível. Mas será que realmente "colocar para fora" tudo que é nosso faz bem?

Existem três tipos de falas, resumidamente: aquelas sobre nós ou nossos feitos e ações; aquelas que dizem respeito aos outros; e aquelas de caráter meramente informativo. Esses tipos de informação para serem merecedoras de divulgação devem passar, obrigatoriamente, pelo crivo da verdade e da necessidade.

Quando espalhamos uma notícia (que não diga respeito a ninguém em especial; algum alerta para a comunidade, por exemplo) nos reportamos ao papel de divulgadores de algo que não atingirá a outrem. Pelo contrário, nos colocamos nesse caso na posição de emissários visando o bem do próximo por meio da informação qualificada. Lógico, desde que a comunicação seja necessária (e não alarmante) e verdadeira.

A fala em primeira pessoa, por sua vez, traz consigo sérios perigos. Informar sobre si pode as vezes soar como propaganda egocêntrica ou como vaidade sem valor. Por esse motivo, pode atrair pensamentos ruins a nosso respeito e despertar a indesejada inveja em nosso meio de convívio. Mesmo quando falamos sobre nossos problemas encontramos barreiras a serem consideradas. Em primeiro lugar, pois os problemas exigem equilíbrio e discernimento para a solução e não divulgação. Além disso, grafar coisas ruins sobre nossas vidas pode nos tornar companhias desagradáveis para os outros. É como se passássemos a carregar uma nuvem negra sobre nossas cabeças; nuvem esta capaz de tornar os ambientes pouco agradáveis com a nossa presença.



Quer dizer então que não devemos falar sobre nossos problemas ou sobre questões íntimas com ninguém?! Claro que não. Não existem regras a esse respeito. O que existe é o bom-senso de escolher as pessoas certas para desabafar ou trocar ideias sobre questões pessoais. Os amigos(as), pais e companheiros(as) existem para isso. E são, em geral, nosso melhor suporte para as questões pessoais.

Por último, nos resta falar sobre as informações que dizem respeito aos outros. Em geral, é preciso sempre calar nesse caso. Calemos pois a vida e as questões pessoais que não são nossas não hão de acrescer nada  em nosso crescimento moral. Além disso, podemos perder a confiança de nossos amigos de conversa por sempre grafarmos detalhes das vidas alheias. Essas pessoas hão de imaginar que em sua ausência o mesmo será feito em relação a elas. E nessa ciranda se palavras por ansiarmos popularidade, caímos na desconfiança dos nossos próximos. Mas nunca devemos falar dos outros?! Em geral recomenda-se não tornar o próximo como objeto de análise, mas em casos extremamente especiais e urgentes devemos reconsiderar essa posição. Logicamente, quem apontará o caminho seguro será nossa consciência, a qual sempre se faz companheira, nos bons e maus momentos.

Calar é sempre preciso. Calar com reflexão e não por mero comodismo ou por conveniência. Calar com responsabilidade e respeito. Uma frase adaptada de um provérbio chinês resume bem a questão discutida nesse post: "Pessoas BRILHANTES falam sobre IDEIAS; pessoas MEDÍOCRES falam sobre COISAS; pessoas PEQUENAS falam sobre PESSOAS".

domingo, 13 de maio de 2012

...é preciso cultivar dúvidas...

Somos seres curiosos por natureza. Sempre que algo ocorre sentimos a necessidade de buscar explicações, motivos, justificativas, etc. A necessidade de explicação, sem dúvida, nasce conosco e nos impulsiona a determinadas atitudes, por vezes, instintivas. Desde criança queremos saber os "porquês" de todas as coisas que nos rodeiam. A busca pelo aprendizado do mundo pede isso e, nesse caminho, acabamos conseguindo um grande arcabouço de conhecimentos. Entretanto, é fácil percebermos que quase toda criança na ânsia de descobrir, acaba por se machucar. É o preço da descoberta.

Quando uma panela com água fervente emana aquela nuvem misteriosa, por exemplo, o pequeno ser se sente provocado a descobrir as causas daquilo. Na necessidade de sanar a dúvida, a criança encontra a dor e mesmo assim ainda permanece sem saber as causas do que motivou sua curiosidade. Será que estamos lidando com nossa curiosidade da mesma forma que uma criança?! Às vezes a dúvida é necessária e saudável. Nem sempre conseguiremos entender tudo e, em diversos casos, iremos nos desgastar por nada, uma vez que as causas continuarão inexplicadas e somente a dor será nossa lembrança.


Procurar saber de tudo é inútil. Não possuímos a capacidade de digerir as abundantes informações que nos acercam e o diversos problemas que nos surgem no cotidiano. Deveríamos então procurar mais problemas através da curiosidade?! Definitivamente não seria a melhor escolha. Isto não quer dizer, porém, que devemos deixar de nos perguntar, de refletir, de raciocinar...tampouco refere-se à curiosidade científica que visa a melhoria da nossa qualidade de vida nas diversas áreas do conhecimento. A curiosidade que deve ser evitada é a que beira a futilidade e as relações que dizem respeito à vida alheia.

Cada ser enfrenta situações muito peculiares no curso de uma vida. Muita das vezes, uma situação semelhante que acomete pessoas diferentes pode ser traçada com cores totalmente distintas. As vidas são singulares e não carregam padrões sistêmicos. Desta forma, a curiosidade acerca destas questões pessoais se torna absolutamente inútil, já que os acontecimentos são individuais e não se enquadram em moldes comportamentais. Ou seja, não se aprende com a curiosidade acerca da vida dos outros.

Isso não quer dizer, entretanto, que não devemos ajudar àqueles que denotam sinais de necessidade de auxílio. A caridade neste sentido é sempre bem-vinda. A simples questão que deve ser lembrada é que a caridade não pede explicações ou carece de curiosidades. Ela se dá por si só de maneira descompromissada e se estende à qualquer ação para com nosso próximo sem o interesse de receber qualquer recíproca.

Controlemos sempre nossas interrogações superficiais pois "quem muito interroga, muito fere".

sábado, 5 de maio de 2012

...é preciso sorrir!

Na correria do dia-a-dia as coisas geralmente não passam nem perto da perfeição com que aparecem orquestradas em nossas mentes. Uma rotina diária inclui tantas atividades que, certamente, seria impossível alcançar o êxito completo em todas elas. Algumas pessoas, entretanto, cobram-se muito com relação a isso, o que não é necessário nem lógico, já que o imprevisto e o incerto são nossos companheiros de lida. Além da cobrança, surge ainda, vez ou outra, uma amargura no olhar que se soma a um semblante fechado e hostil aos que se encontram ao redor. O sorriso some.

Junto com o sorriso vão-se embora a alegria, a compreensão e, principalmente, a atração de outros sorrisos. Ninguém se sente bem em meio à sisudez. Os semblantes fechados são um convite velado à solidão. É uma linguagem corporal muito simples que indica que a cara cerrada equivale ao distanciamento de todos, inclusive daqueles que, talvez, seriam os portadores das soluções de todos os problemas.




No auge do desconforto consigo mesmo, o ser raivoso não percebe que o insucesso para a realização de determinada tarefa pode estar restrito à si mesmo. Vários amigos, colegas, familiares...poderiam ser os portadores da solução (às vezes muito simples) não enxergada, fato que é facilmente entendido, uma vez que  pessoas diferentes possuem visões diferentes sobre situações diferentes. Isso leva a uma equação simples de  soma de esforços em prol da facilitação dos nossos problemas. Dessa forma, o mau-humor e a aparência dura dariam lugar a um semblante sereno e receptivo aos cuidados alheios.

O principal ponto é ter sempre em mente que, na maioria das vezes, o nosso maior vilão é o nosso ego. O pensamento corporativo e coordenado, ao contrário da filosofia auto-suficiente, é o único capaz de nos levar ao sucesso sem o desgaste estampado no rosto.

O sorriso deve sempre ser uma constante, por pior que seja a situação, porque ele atrai pessoas. E as pessoas atraem soluções e alegria. Além disso, o sorriso atrai boas vibrações e essas...são boas em qualquer momento.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

...é preciso enxergar a trave em nossos olhos.

Erros são muito comuns. Na verdade, bem mais normais de se observar no cotidiano do que os acertos. O que, na realidade, é de se esperar, uma vez que estamos bem longe da perfeição. Podemos perceber que se acaso nos propusermos a nos policiar todos os dias desde o despertar até o adormecer, nos depararemos com circunstâncias que nem mesmo nós imaginaríamos ser capazes de cometer. São aquelas atitudes que martelam junto ao prego da consciência antes do dia terminar. São os erros...

Porém é difícil nos convencermos de que estamos errados. Em diversas situações onde julgamos ser os possíveis causadores de algo, subitamente nos transferimos para o mundo exterior visando encontrar alguém capaz de amenizar nossa possível culpa, carregando parte desse fardo (ou todo o fardo) conosco. O orgulho nos torna melhores que os outros e, portanto, incapazes de estarmos errados, pois o mundo gira ao nosso redor e ao nosso gosto. Não digo que este seja um sentimento de todos, mas infelizmente povoa nossas ações mais inconscientes.



Quando agimos desta forma, tendemos a observar criteriosamente (e criticamente) todas as falhas das pessoas ao nosso redor, sejam elas conhecidas ou não. Além de notar, nos damos ao trabalho de divulgar os defeitos alheios a quem nos aprouver, impondo cores fortes, visando aumentar o alarde. Essas ações indignas, mas corriqueiras, nada mais são do que indícios de que queremos acobertar nossas faltas através da exibição das fraquezas do nosso próximo.

Ao invés de nos darmos a esse trabalho, por que não nos avaliarmos visando o automelhoramento? Vale muito mais a pena, pois temos assim a oportunidade de evoluirmos deixando de lado defeitos desagradáveis e, ainda por cima, deixamos de polemizar nos utilizando das fraquezas de outrem.

Todos temos traves nos olhos. Elas nos impedem de ver o óbvio, mas nos permitem enxergar o defeito alheio. Como não enxergamos bem, não sabemos se a trave do próximo é maior ou mais incômoda que a nossa. Sendo assim, seria bom tentarmos extinguir nossos defeitos primeiro para enxergar com clareza e, assim, ajudar os nossos parceiros de caminhada no melhoramento íntimo que todos desejam.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

...é bom crescer!

"O que não tem remédio, remediado está". Esse ditado popular ilustra bem o quanto, infelizmente, somos acostumados a nos acostumar. É muito fácil e cômodo esperar que as situações que nos interessam se ajeitem naturalmente sem que tenhamos que demandar de algum esforço ou preocupação. Essa é a alternativa cômoda. No entanto, muitos dos problemas que enfrentamos no cotidiano se tornaram problemas em virtude desde nosso modo fácil de encarar as questões. Afinal, "o mal não se corta é pela raiz"?! E cortar uma simples raiz demanda esforço e crescimento.

Esperar os acontecimentos não é interessante. Da mesma forma, não é conveniente nos rebelarmos diante das situações. Esforço de menos e energia em excesso não auxiliam em nada. O caminho certo é o do meio: o equilíbrio. Sendo assim, ao enfrentarmos situações que nos afligem, devemos partir para a ação delicada...sem desespero. Certamente, as primeiras soluções hão de aparecer juntamente com inúmeras outras que, coletadas  num primeiro momento, serão muito úteis na resolução de questões futuras. Moral da história: Encarar situações complexas de maneira serena nos fornece soluções, experiência e crescimento.



Soluções são sempre bem-vindas. Elas encurtam caminhos; e encurtam da maneira certa. É a situação equivalente a de um motorista que escolhe um atalho em uma região totalmente conhecida por ele, visando encurtar um trajeto. As chances de erro nesse caso são mínimas e, logo, a solução do motorista, adquirida ao longo de vários percursos na região, acaba auxiliando de maneira certa.

Experiência nasce com os erros e acertos. Brota também da nossa frequente capacidade de se propor ao novo. Aquele instinto de desbravador que todos têm (em maior ou menor grau). Os comodistas são eternos inexperientes por não se apresentarem com a cara e a coragem para o erro. Este último é um dos nossos melhores amigos e professores.

O crescimento, inclusive, é fruto desse nosso amigo. Todo crescimento pede mudanças. A natureza nos ensina isso. Os artrópodes que possuem exoesqueleto precisam se "despir" desse traje para poderem crescer. Não existe melhor exemplo que esse. Precisamos desatar nossos nós íntimos para crescer. É simples. Mas é como se ficássemos nus diante do mundo. Expor-se para crescer é duro, mas é necessário. Ninguém se eleva ou melhora como pessoa permanecendo imutável. A mudança é a lei da vida e o crescimento é o nosso dever moral.



terça-feira, 17 de abril de 2012

...é bom aprender a adaptar-se!

Imagine-se em um local totalmente diferente daqueles que você usualmente costuma frequentar. Coloque-se rodeado(a) de pessoas estranhas. Esta cena mental simples lhe faria bem? A resposta de quase 100% das pessoas se inclina para o "não". A explicação é meio óbvia... as novidades nos assustam. E isto acontece pois elas nos tiram da famosa "zona de conforto". Isso nada mais é que uma alegoria prática do ditado que diz que "em time que está ganhando não se mexe"; ou então da uma das Leis de Newton - A Lei da inércia - que diz que um corpo que está em repouso ou cuja resultante das forças sobre ele seja zero, tenderá a permanecer em repouso ou em movimento retilíneo uniforme...

Nos adoramos permanecer em "movimento retilíneo uniforme". Traçamos um plano, uma rotina, e se ela dá certo, nada nos tira dela... a não ser as inconvenientes mudanças. Essas sempre aparecem para nos agitar, descontrolar e estressar. Provocam medos, desconfianças, tensões. Mas logo depois que essas mudanças passam pelo mecanismo prático da solução, tudo volta à calmaria, e o que era novidade, passa então à rotina. Interessante notar como algo que inicialmente nos causava arrepios passa a conviver tão tranquilamente conosco.



Mudanças são e sempre serão boas. Mesmo que não consigamos enxergar isso a curto prazo (o que geralmente acontece) as alterações de curso servem para nos tirar do marasmo improdutivo que não leva à lugar nenhum. Novidades sempre vêm acompanhadas da sede por novos conhecimentos. Devemos então beber dessa fonte e buscar mais. O caminho das descobertas não segue só uma direção. Quem disse que é necessário esperar para que as situações diferentes venham até nós se apresentar? Nós também podemos procurá-las; o que na verdade nos ajuda muito, uma vez que não somos pegos totalmente de surpresa pelo desconhecido.

ENCARAR, PERGUNTAR, ERRAR MUITO e APRENDER. Essas são as quatro palavras que toda boa descoberta deve conter. Com elas nós sempre aprendemos a nos adaptar. Inclusive este que vos escreve.

P.S.: Até hoje não postei nada no blog sobre experiências pessoais, mas nesse post vale a pena. Nos primeiros dias de Inglaterra eu não entendia quase nada que os nativos de Manchester falavam (eles falam MUITO rápido). Penei muito... hoje no sétimo dia de vida inglesa, eu já compreendo quase tudo que falam comigo...o que é uma vitória! Sair da "zona de conforto" das aulas de inglês faladas pausadamente só me ajudou...espero daqui há alguns meses poder contar sobre novas adaptações na terra da rainha.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

...é preciso pensar sobre o ser...

O dia-a-dia é tão corrido que é comum não nos darmos conta daquilo que acontece ao nosso redor. Principalmente, com aquilo que acontece com os seres que nos rodeiam. Isso acontece, normalmente, porque  nos ocupamos demasiadamente com afazeres. Não que isso seja ruim, mas nos tira o foco do companheiro(a) próximo(a). É engraçado que o nível de "ocupação" pode ser tão grande que muitas vezes esquecemos de nós mesmos. Deixamos de pensar nos nossos propósitos, nos nossos quereres, enfim, deixamos de ser, preocupados com aquilo que nos faz ter.

Logicamente, todos devem batalhar para ter o sustento digno e o conforto merecido. Todavia, pensar na pessoa não impede que tenhamos aquilo que buscamos materialmente. Como tudo na natureza, é só uma questão de equilíbrio. Corremos tanto atrás das obrigações de trabalho e estudo...porém não temos o mesmo ímpeto quando o assunto é o crescimento do ser. Isso se refere a simples atos cotidianos que nos tornam seres melhores, tal como um simples sorriso, ou um tempo "perdido" em conversa com quem precisa.


Tantos são os exemplos de pessoas que demoram para acordar para esse simples detalhe da vida. Na maioria dos casos estas pessoas só descobrem a vantagem do investimento no "ser" depois de passar por sérias provações nas quais o "ter" não vale de nada. É muito simples exemplificar: O que uma pessoa com grave doença prefere? Um carro do ano ou um pouco de atenção sincera?! Não há dúvidas quanto à resposta para esta questão, uma vez que um sentimento único une as pessoas na dificuldade: o amor.

Mas se fazemos tantas coisas e temos uma vida hipermovimentada, como conciliar as obrigações profissionais com os trabalhos para o crescimento moral? A resposta é simples, mas de aplicação complicada. Todos temos tempo, o que nos falta é organização desse tempo. Há tempo para dormir, comer, se divertir, trabalhar e ajudar o próximo (o que acaba sendo uma ajuda também para si). O problema é que as vezes nos acostumamos numa rotina interessante que fica difícil de ser quebrada. Tiremos um pouco do tempo da diversão ou de outra atividade qualquer e o transfiramos para o auxílio ao próximo e também para seu cuidado interior. Depois de rompida a inércia, a rotina do amor se torna viciante...


P.S.: Já estou em terras britânicas! Muito obrigado pela torcida e pelo carinho...Segue uma foto para os amigos(as):

sábado, 7 de abril de 2012

...é preciso saber mudar!

É comum ouvirmos uma frase batida que diz que é sempre preciso e bom mudar. Certamente as mudanças movem tudo e todos e levam a quadros novos. Porém, temos a visão equivocada de que o novo é sempre agradável. Nem sempre isso é constatado. Fatos inéditos trazem situações idem e, dessa forma, não podemos nunca antever a benevolência do que virá. Fica fácil concluir que a ânsia por mudanças reside na esperança no desconhecido e não em argumentos lógicos quaisquer.

Pensando dessa forma, vemos que somos seres extremamente esperançosos. Isso é muito bom! Esperança sempre alivia corações aflitos. Todavia, as esperanças frustradas trazem sentimentos totalmente antagônicos, via de regra. A quebra de uma grande expectativa por um "novo" melhor nos faz, às vezes, pensar que o passado, mesmo que tenha sido desagradável ou dolorido, não seja tão ruim assim. E neste ciclo de comparações podemos reabrir uma ferida já totalmente cicatrizada só para verificar se a dor não foi tão grande  quanto se pensava.



Logo, percebemos que as mudanças são sempre necessárias e motivadoras. Desde que ocorram sem o vínculo direto com qualquer expectativa compulsória de felicidade. Logicamente, as mudanças devem ocorrer buscando melhorias e, logo, a felicidade. O pensamento segundo esta linha lógica, não está errado. O perigo surge, porém, quando vinculamos às mudanças à expectativas de felicidade pré-definidas. Não existe um futuro pré-definido. Sendo assim, não se pode prever o que virá...

Pensando desta forma, estaríamos então alegando que a felicidade não deve ser alcançada?! De modo algum. O que se coloca é a necessidade da mudança interna para a colheita dos frutos (essa tal felicidade) sem que haja uma expectativa por objetivos que nós ainda, porventura, não estejamos prontos a alcançar. Resumindo, a mudança deve ser raciocinada e, portanto, deve começar pela mudança interior. Naturalmente, se o seu interior se modifica, o seu exterior irá corresponder à altura.

P.S.: Este post de hoje serve muito para mim (Eduardo). Na próxima segunda-feira (09/04) passarei por mudanças que estão se configurando gradativamente em meu interior. É chegada a hora de externá-las. Consequentemente este blog será invadido por notícias e fotos relativas a esse novo empreendimento em minha vida. Garanto, entretanto, que os textos continuarão a serem postados frequentemente. Abraços!


domingo, 1 de abril de 2012

...devemos trabalhar!

Descansar e passar por momentos de pura descontração e descompromisso com tarefas e horários, sem dúvida, é algo agradabilíssimo. Não há quem ignore a maravilha de passar instantes de ócio ao lado de pessoas agradáveis participando de atividades de puro lazer. Essa necessidade de imersão em um universo distante das obrigações do trabalho é natural e se justifica com base na incapacidade nossa em focar nossa atenção plenamente em uma atividade desgastante e repetitiva ditada pela rotina. Não somos máquina e, portanto, merecemos descanso. Muitas pessoas culpam justamente a rotina como responsável direta pelo cansaço mental que leva à necessidade da pausa. Entretanto, a rotina seria assim algo tão ruim?

Diante de dias repletos de atividades surge a necessidade clara de organização. Como conciliar todos os afazeres de um dia sem deixar nada para depois? A solução mais simples vem pelo planejamento das tarefas. Quando colocamos os trabalhos do dia em uma ordem clara, a execução se torna, sem dúvida, muito mais fácil e rápida. Isto sem dúvida é ótimo. A contrariedade só aparece quando denominamos tal planejamento como "rotina" de trabalho. Devemos desmistificar isso, uma vez que a rotina nos permite otimizar nossa produção diária (seja no trabalho, estudo,...). Além disso a rotina trás consigo um aspecto maravilhoso: a possibilidade de quebrá-la!

O que seria a alegria da vitória sem o duro trabalho anterior? A sensação de dever cumprido é uma das melhores possíveis. O problema é que não podemos comprá-la em qualquer canto. Para sentir o sabor da vitória é necessário muito trabalho. Numa metáfora muito simples, podemos dizer que a vitória depois do trabalho se assemelha à água diante de muita sede; tem um sabor muito melhor! E isto vale para todos os tipos de trabalhos/atividades. Desde àqueles voltados para o próprio sustento, até àqueles relacionados ao bem do próximo (caridade).

Logo, chegamos a uma espécie de fluxograma muito simples onde: ROTINA gera TRABALHO que gera VITÓRIA que, por sua vez, gera DESCANSO. São quatro passos. Podemos logicamente fugir da rotina pelo caminho mais rápido que leva diretamente ao descanso. No entanto, qual é o nosso papel nesse mundo? Viver do descanso, ou produzir para viver do MERECIDO ócio?!

Todos temos livre arbítrio sobre nossas tarefas. No entanto, vale lembrar que somos responsáveis pelas atividade que fazemos e que deixamos de fazer. Nossas "trabalhos" constroem, destroem ou se abstém com relação ao nosso redor. Mãos à obra para construir sempre!

quarta-feira, 28 de março de 2012

...é necessário sofrer?

Durante nossas vidas muitas são as vezes em que coisas ruins acontecem. Via de regra, nosso comportamento diante dessas adversidades é o pior possível: o de revolta. Digo pior, pois acontecimentos contrários às nossas vontades certamente acontecerão durante milhares de vezes em nossas vidas e, portanto, é necessário que saibamos lidar com isto de maneira serena. Caso contrário, seremos pessoas eternamente revoltadas e descontentes. A pergunta que surge com relação a este tema, porém, é mais profunda: Por quê certas coisas acontecem justamente conosco? Será mesmo que este sofrimento é necessário?!

Fatos desagradáveis, de acordo com nosso limitado ponto de vista, são geralmente aqueles que modificam nossos planos, nos impedem de fazer alguma coisa ou que nos afastam de pessoas queridas. Quando algo deste tipo acontece, perdemos o rumo e passamos a "remar contra a corrente" querendo reconstituir um fato já consumado. Este é o primeiro grande erro. Acontecimentos marcam um instante e, portanto, não podem ser retroagidos. Lógico que determinados fatos tristes (como o término de uma relação, por exemplo) podem ser reconstituídos, mas o acontecimento não pode ser apagado.


O tamanho de nossa dor também deve ser ponderado. Vários fatos surgem como grandes problemas. Todavia, quando defrontamos nossos desafios com os de outras pessoas, notamos que carregamos na verdade um fardo muito leve. Esta comparação de dores, embora pareça egoísta, na verdade nos dá forças para sustentar nossos problemas e contribuir, na medida do possível, para com a solução das questões do próximo.

Entretanto, por mais brando que seja o sofrimento sempre nos colocamos na condição de vítimas desamparadas e não merecedoras daquela provação. Será realmente que devemos nos colocar assim diante de questões difíceis?! O apelo à injustiça funciona como um mecanismo de acovardamento e de justificativa para não procurar alternativas. O que não enxergamos na maioria das vezes é que o enfrentamento resignado e a aceitação da situação com calma e paciência levam a um aprendizado enorme. Saber lidar com os sofrimentos nos faz crescer por aprendermos o caminho da solução para as questões complexas.

Como forma de aprendizado, é natural que o sofrimento apareça de maneiras distintas para cada um e, desta forma, devemos entender o sofrimento como uma dose amarga de um remédio necessário para nossa melhoria moral. Isso não quer dizer que devemos nos entregar diante de dificuldades. Na verdade, precisamos nos tranquilizar e lutar contra os problemas sem desesperar. O desespero cega e não nos permite aprender...


domingo, 25 de março de 2012

...é preciso respeitar as diferenças.

Milhões de cabeças levam a bilhões de sentenças. As crenças nas questões mais filosóficas da vida são tão pessoais que produzem julgamentos totalmente individuais diante de determinadas situações. E isto ocorre mesmo dentro de um determinado grupo seguidor de uma certa fé ou ideologia. Sendo isso algo corriqueiro, o que podemos esperar das diferenças de pensamento entre pessoas de culturas, ideologias, filosofias ou fés distintas?! Estariam todos certos ou todos errados? De Bröglie gostaria muito da resposta a esta pergunta: Todos estão certos e todos estão errados ao mesmo tempo; depende do observador. É a dualidade ético-filosófica.

Por diversas vezes nossa maneira de pensar (filosofia) leva a determinadas verdades internas que são muito lógicas para nós. Entretanto, em termos práticos, nem sempre tal "verdade" torna-se aplicável, pois, muita das vezes, esbarra na diferente maneira de pensar de nosso próximo (outra filosofia). Esse choque de filosofias pode gerar desconfortos e situações que invadem de maneira abrupta a vida das pessoas, o que passa a se configurar como uma questão de infração ética, em alguns casos.

O que acabou de ser colocado se configura na dualidade ético-filosófica (parafraseando De Bröglie) acima citada. E isto é fácil de entender. Para um "observador" muito próximo (lê-se conhecedor) de uma dada filosofia em questão, todas as atitudes concernentes a esta filosofia fazem absoluto sentido. Todavia, para um observado externo (lê-se adepto de outra forma de pensar) as mesmas atitudes podem ser encaradas como inadmissíveis. Desta forma, o que para um é legítimo, para outro pode ser ultrajante.



A questão pode ser ilustrada com cores mais fortes quando consideramos filosofias religiosas. Em algumas crenças, a pena de morte é admitida e as punições severas são corriqueiras. Em outras, porém, tal fato é totalmente desencorajado e visto como algo totalmente indigno para uma criatura humana. São diferentes pontos de vista que levam a discussões éticas graves.

Em nosso país, contudo, essas discussões não chegam ao ponto da decisão direta sobre o direito à vida humana, por exemplo. Mesmo assim, verifica-se ainda um enorme desrespeito à fé/filosofia/crença alheia, com base em argumentos vagos e irracionais. Inimportando o campo das diferenças o importante é o respeito.

Retomando a analogia ao postulado de De Bröglie, devemos atuar como bons observadores. E quais seriam estes? Os observadores ideais são aqueles capazes de enxergar a luz como onda e como partícula, simplesmente mudando sua atitude diante do objeto de análise (no caso, a luz). Resumindo e adaptando para nosso caso, o respeito às diferentes formas de crer e pensar surge com a capacidade de adaptação íntima. Podemos aliar filosofias e éticas distintas para uma mesma situação; a variável determinante é a nossa capacidade de alterar o ponto de vista.

E qual a melhor maneira de provocar isso? Nós só conseguimos entender ou enxergar algo à medida que nos aproximamos. Logo, o estudo e o conhecimento sobre ideias diferentes das nossas nos dá base para entender, aceitar e até criticar uma dada forma de pensar. Sem este artifício, seremos meros observadores dos "nossos fenômenos" eternamente verdadeiros. 

quinta-feira, 22 de março de 2012

...é preciso relacionar-se (3)

Queridos amigos e amigas, a sequência de textos sobre relacionamentos têm rendido uma série de comentários positivos sobre o tema. Um desses comentários acabou se tornando um texto muito bom, na minha humilde opinião. Nossa amiga Eloah Ávila num momento de inspiração resolveu dar sua opinião sobre o tão famigerado tema relacionamentos. Espero que gostem:
______________________________________________

As pessoas pensam tanto antes de começar um relacionamento, colocam tantos pontos na balança, infinitos empecilhos, que acabam esquecendo que somos humanos e que estamos aqui pra errar e acertar constantemente. Depois, de muita dificuldade, se inicia o namoro. Quando menos se espera, surgem os problemas (ordem natural das coisas, afinal, vivemos num mundo de provas e expiações e que cabe a cada um de nós resolvê-los da melhor forma possível) e muitas vezes essas coisas passam despercebidas. Quais os principais fatores que originam os problemas a dois? Falta de COMPREENSÃO e a falta de CONFIANÇA. Por que? Porque não conhecemos intimamente a outra pessoa, e muitas vezes, acaba sendo difícil confiar e compreender certas atitudes... Cabe a cada um de nós exercermos a confiança e a compreensão nas pequenas atitudes dia após dia, pois elas são a base de um relacionamento.

Hoje em dia é muito comum se ouvir: "ah, acabou porque não deu certo ou porque o amor acabou". O difícil mesmo é lutar com a pessoa, vencer cada dificuldade, caminhar juntos e descobrir aos poucos a palavra chave: COMPANHEIRISMO (pelo menos EU prezo muito por isso em um relacionamento).



Sinceramente, eu acho que o verbo AMAR vem sendo cada vez mais banalizado, afinal, as pessoas se apaixonam pelo estereótipo de outras, ou por momentos que passam juntas e confundem com paixão, ou até mesmo dizem AMAR para agradar a outra parte, enfim, por tantos outros motivos. Costumo dizer que tudo na vida é como um jogo de videogame. Você só encontrará o verdadeiro verbo amar depois de passar a primeira fase, segunda fase, terceira, chefão, batalha “final”. Vencido as etapas, você encontrará o código secreto com a chave pra abrir a caixinha que se encontra o verbo amar.

As coisas vão se “afunilando” com o passar das provas, das lutas e problemas cotidianos - as pequenas paixões vão se dissipando, mas o verdadeiro amor resiste desde as pequenas brigas às maiores dificuldades. O verdadeiro amor requer TEMPO, ele precisa desse tempo pra amadurecer, assim como as frutas, que quando são tiradas do pé ainda verdes apodrecem ao invés de servirem de alimento. O amor vem SIM com o tempo, e ele não vem sozinho. Ele traz consigo o companheirismo, o mesmo dito anteriormente, e com a vontade de ambas as partes de quererem estar juntas.

Não acredito que existam almas gêmeas, creio claro, em espíritos afins, além da vontade de duas pessoas que queiram seguir o mesmo caminho, que possuem os mesmos planos, com a missão de fazerem o bem juntas. Acho ainda que, a partir do momento em que as coisas começam a dar errado, os caminhos se divergem, as ideias de ambas as partes não se cruzam, é porque NÃO É PRA SER, por mais que a paixão teime em achar que é amor  precisamos ser fortes e aceitar isso de uma vez e esperar que o verdadeiro amor apareça.

O amor é simplesmente natural, e o relacionamento quando é pra valer, simplesmente flui. A compreensão e a confiança ocorrem automaticamente. Não há exigências ou sacrifícios. Claro que existem problemas, mas que são vencidos. Tudo é tão natural, o respeito é mútuo, a cumplicidade reina, o romantismo sela algo que é simplesmente lindo, não há guerra quando se tem o amor reinando, quando se tem a missão de fazer o bem, quando se olham juntos na mesma direção, com união, carinho e respeito que fazem parte do universo chamado amor. 
______________________________________________

Fica o recado para os leitores desse blog: Caso queiram compartilhar seus textos sobre o tema em voga, por favor, entrem em contato comigo através dos comentários.
Abraços!

terça-feira, 20 de março de 2012

...é preciso relacionar-se (2)

Começar. Terminar. Pensar. Discutir. Esses são verbos cotidianamente empregados nos relacionamentos atuais. Natural entender uma relação como um processo pensado, raciocinado, com início, problemas e (talvez) fim. As ações que se encerram em uma relação a dois são inúmeras e devem ser vividas com equilíbrio e razão, visando a natural evolução do casal. Entretanto, aonde se encontra o verbo AMAR?! Muitos casais hoje em dia são meramente duplas, uma vez que encontram-se juntos por conveniência ou comodismo. O amor deve ser o primeiro passo para a edificação de um real relacionamento; aquele formado por uma boa dose de cumplicidade.

O cotidiano corrido faz com que nós, muitas das vezes, passamos despercebidos pelos seres amados. Isto ocorre e é natural pelo acúmulo de atividades que costumamos ter durante os nossos tumultuados dias. Todavia, o amor não exige tempo ou lugar para se manifestar. Uma mera lembrança travestida de mensagem de texto ou uma breve ligação para render alguns minutos de atenção, já bastam para satisfazer os corações amados. Todos nós necessitamos de atenção e carinho e isso, em um relacionamento, faz-se indispensável, uma vez que a pessoa com a qual estamos, faz ou fará parte de nossas vidas em um dado momento. Imagine como seria o convívio com um parceiro(a) desatento para suas angústias e problemas?!



Este zelo, entretanto, não pode ser confundido com obsessão pelo par. O cuidado e o pronto auxílio nos momentos bons ou ruins são essenciais para o desenvolvimento de uma relação saudável. A doença do relacionamento surge quando esses traços tomam a proporção de controle inopinado do companheiro(a). Cada qual possui sua parcela de atividades individuais e saudáveis que não devem ser proibidas ou desencorajadas. Por exemplo, o fato de um par sair com amigos(as) para entreter-se não merece censura ou proibição, uma vez que o círculo de amizades deve circunscrever de forma sadia qualquer relação a dois. Em palavras mais diretas, as individualidades pessoais devem ser respeitadas dentro da individualidade do casal.

As questões de um relacionamento devem ser sempre discutidas em tom brando, uma vez que é inadmissível que pessoas que dizem se amar se voltem um para o outro em tom áspero. A beleza física e os caprichos da juventude se vão com o tempo e o que fica é o convívio interior que só será agradável se o entendimento for realmente pautado em um sentimento nobre.

Serenidade, cordialidade, respeito e romantismo não fazem mal a ninguém e, pelo contrário, só contribuem para uma vivência serena baseada no principal verbo de nossas existências: AMAR.


domingo, 18 de março de 2012

...é preciso relacionar-se (1)

Numa conversa cotidiana com um grande amigo há algumas semanas, abordamos diversos assuntos. Dentre eles, tratamos com particular interesse do tema relacionamentos. Esse nobre amigo resolveu então escrever um pequeno texto sobre sua visão do amor entre duas pessoas nos tempos modernos. Nas próximas postagens vou elaborar algumas outras visões que tenho sobre os relacionamentos (sejam eles modernos ou não). Pois bem, desfrutem o texto do meu amigo Augusto Ribeiro:

_______________________________________

O amor no terceiro milênio



"Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o início deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor. O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
         A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossas felicidades, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características para se adaptar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de fazer o que eu não sei. Se for manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma ideia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.


         A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso – o que é muito diferente. Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficarem sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa alguma. É apenas um companheiro de viagem.
         O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria, ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral. A nova forma de amor tem nova feição e significado. Visa à aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva.
         A solidão é boa e ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas (ótimas!) são muitos parecidas com o ‘ficar sozinho’, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-la ao nosso gosto.
         Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se toma menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um."



Augusto Ribeiro
______________________________________


E aí?! Vocês concordam, discordam, acrescentariam alguma coisa ao texto do nosso amigo?! Comentem e divulguem! Abraços!

sexta-feira, 16 de março de 2012

...é preciso vigiar.

Milhares de pensamentos em um único dia: Isso é fato corriqueiro. Pensamento bons, ruins, fúteis, importantes... todos invadem nossa mentes; algumas vezes até ao mesmo tempo. O fato de ativarmos determinados pensamentos, porém, não implica na execução ou exteriorização dos mesmos. Essa filtragem das ideias antes de sua verbalização ou realização consiste em nosso exercício diário de auto-vigilância, através do qual evitamos uma série de problemas e desentendimentos.

Na verdade, a vigilância começa mesmo no ato de pensar. Pensamentos ruins, destrutivos ou inadequados para uma dada situação são de nossa inteira responsabilidade, uma vez que nós permitimos tal ocorrência e, muitas das vezes, nos regozijamos com os mesmos. A saída consiste no controle mental baseado principalmente no exercício do bom pensamento, o que se entende em outras palavras como boas vibrações. Uma mente voltada para reflexões edificantes dificilmente será vitimada por uma avalanche de lixo mental.


Entretanto, controlar o pensamento é um trabalho muito difícil ainda para nós. Baseado nisso, devemos pensar uma estratégia capaz de driblar os piores produtos mentais já instalados, para que os mesmos não venham a exteriorizar-se. Vigiar um pensamento ruim recorrente encerra a principal atividade nesse ponto. O plano de execução do pensamento deve ser totalmente proibido de forma a não permitir a concretização do lixo mental. Exemplos disso são mais comuns do que parecem e englobam a fofoca do dia-a-dia, os comentários maledicentes desnecessários, a desconfiança descabida e etc. Esses problemas, embora pareçam inofensivos, configuram-se como estopim da discórdia e da desarmonia muita das vezes .

A melhor alternativa, logo, reside numa espécie de terapia mental visando nos aliviar das más inclinações. Definitivamente, isso não é de fácil execução, todavia, o ato de tentar já se configura como um passo importante rumo a uma convivência mais harmônica e uma vida mais amena.

segunda-feira, 12 de março de 2012

...é preciso ser confidente de sua consciência.

Erros são naturais em nossas vidas, embora não devam ser encarados com excesso de complacência. Quando estes pequenos problemas inerentes ao ser humano acontecem, nós geralmente nos preocupamos muito com "o que os outros vão pensar de mim". Todavia, qual a parcela de preocupação que nos cabe nesse processo? Devemos simplesmente olhar os efeitos de nossas falhas aos olhos dos outros, ou devemos nos preocupar em nos reeducar diante das falhas? Em outras palavras, devemos mais satisfações aos outros, ou à nossa consciência?

Naturalmente, quando cometemos uma falha e esta se reflexiona diretamente na vida de nosso próximo, devemos a ele uma satisfação. Daí por diante o processo de entendimento dos motivos e implicações da falha cabem somente a ele. E isto, certamente, sempre será diferente para cada indivíduo.


No caso de nossa consciência, porém, as coisas funcionam todas sob nosso controle, uma vez que somos confidentes assíduos dela. A autocrítica e a auto-avaliação fazem muito bem ao nosso crescimento, enquanto seres imperfeitos moralmente que somos. É justamente neste ponto que se encontra a necessidade constante de ouvirmos nossa mente, em detrimento às mentes alheias. Isto não significa, porém, que devamos fazer "ouvidos de mercador" ao conselhos sábios de alguns. A questão principal da vida consiste no equilíbrio, que aqui também deve ser considerado.

Logo, nossas atitudes (acertos, erros,...) são patrimônio que nos devem ser confidenciados, sem a preocupação com o julgamento externo. Qualquer auxílio amigo virá sempre como um conselho e nunca como um veredicto. Cabe a nós julgar nossas próprias atitudes.

sábado, 10 de março de 2012

...é preciso entender!

Nosso cotidiano é repleto de situações surpreendentes. Muitas das vezes nos encontramos em uma situação de extrema calmaria quando, de repente, uma tempestade de acontecimentos nos tira do rumo esperado. Isto é mais comum do que possa parecer e possui íntimo vínculo com os propósitos de crescimento pessoal que nos são prescritos. Seria mero acaso o fato de, em geral, modificarmos nossa postura em vários campos de nossas vidas após vivenciarmos uma situação que nos provoque choque?! A clara resposta é negativa e se justifica com base na necessidade de seguirmos planos superiores que, por este motivo, possuem prevalência frente às nossas vontades pueris.

Acontecimentos que afrontam nossas vontades imediatas são naturalmente mal vistos por nós. Falta-nos, todavia, a capacidade de enxergar o passo seguinte. Metaforicamente podemos comparar tal situação à de uma senhora que deixa acidentalmente que um pouco de vinho tinto macule seu vestido branco durante importante evento social. A preocupação da nossa personagem se dará, tão somente, ao vestido manchado, uma vez que a necessidade imediata pede a extinção da mancha na medida do possível. Nesse ínterim, de olhos voltados para baixo a contemplar o estrago, nada lhe se fará notar no horizonte, e a festa será tão somente uma lembrança de um vestido manchado.

Devemos, pois, diante de situações ruins ter a capacidade de olhar para frente. As opções que se descortinam permitem que enxerguemos possibilidades. E estas, sem dúvida, hão de se configurar em esperanças para o refazimento em decorrência do problema.

Interessante notar que as possibilidades positivas que podemos perceber após algum fato ruim são, via de regra, filhas deste. Isto nos desperta uma série de dúvidas relativas ao porquê das coisas. No entanto, diante de tal verificação (o bem decorre do mal) não podemos ter dúvida de que os caminhos a serem seguidos por nós seguem, antes de tudo, uma lógica que supera a nossa. Os planos superiores nos coordenam e nossa missão é a do melhoramento constante.

quinta-feira, 8 de março de 2012

...é preciso continuar!

Minhas amigas e meus amigos! Após um breve intervalo de postagens, estou voltando à ativa neste espaço criado para as coisas que superam o ser. Pretendo postar alguma coisa por aqui toda semana. Os comentários e a troca de ideias serão, claro, o combustível para continuar nessa empreitada! Obrigado a todos! Fiquem com Deus!